A Xerostomia é caracterizada pela sensação de boca seca, por diminuição ou alteração do fluxo salivar. O Dr. João Abel Moura, especialista em Cirurgia Oral (OMD 6213), médico na Clínica Santa Madalena do Porto, deixou o seu testemunho sobre esta condição no programa Bom dia Portugal, na RTP1. Veja o excerto e saiba mais sobre esta patologia conhecendo os seus sintomas, causas, diagnóstico e tratamento.

 

Sinais/Sintomas

  • desconforto na cavidade oral;
  • dificuldade na fala e deglutição,
  • dificuldade no uso de próteses removíveis;
  • sensação de ardência; alteração dos sabores;
  • halitose (mau cheiro da boca) e higiene oral prejudicada, pois a saliva é um excelente desinfetante e lubrificante da nossa cavidade oral;
  • a diminuição da saliva provoca a diminuição do pH oral e o aumento do crescimento bacteriano, podendo levar ao aumento do número de cáries e de outras patologias dos tecidos moles.

Etiologia/Causas

  • fármacos - existe uma enorme variedade de fármacos no mercado que provocam como efeito secundário a xerostomia (ex: antidepressivos, ansiolíticos, medicamentos para a hipertensão, entre outros)
  • efeitos colaterais de quimioterapia e radioterapia.
  • tabaco
  • metanfetaminas
  • stress
  • respiração bucal
  • Síndrome de Sjögren
  • algumas doenças sistémicas e metabólica (ex: diabetes)

Diagnóstico

O diagnóstico desta patologia passa muitas vezes pelo médico dentista, pois existem alguns sinais de alerta a que devemos estar atentos:

  • como a existência de cáries extensas e múltiplas, normalmente cervicais;
  • olhos secos, exantema ou dores articulares - Síndrome de Sjögren;
  • mucosas da cavidade oral secas, língua com aspeto mais esbranquiçado;
  • queixas por parte do paciente, pois normalmente quem tem xerostomia sente desconforto;


Existem vários testes clínicos que o Médico Dentista pode realizar no consultório para diagnosticar a diminuição da produção de saliva, de forma simples e indolor - com a ajuda de uma espátula lingual, através da observação clínica de dentes e mucosas, e das glândulas salivares. Quando existem dúvidas ou necessidade de confirmar o diagnóstico, podemos recorrer a exames como a Sialometria ou mesmo a biópsia da glândulas salivares.

Tratamento

O tratamento da Xerostomia pode envolver várias especialidades, e deve ser guiada pelo Médico Dentista.

É importante uma higiene oral profissional e visita regular ao Médico Dentista, para tratamento e prevenção de cáries dentárias - por exemplo, aplicação de moldeiras de Flúor.

Na maior parte das vezes, não é possível alterar os fármacos que estão a causar a xerostomia, no entanto, em colaboração com o médico assistente, pode ser possível um substituto que alivie os sintomas. Existem algumas técnicas para além do tratamento médico, que podem ajudar a controlar os sintomas e diminuir o desconforto que a diminuição de saliva pode causar.

 

O tratamento sintomático consiste em medidas que aumentem a salivação, substituam as secreções perdidas e controlem a cárie:

  • uso de substitutos de saliva;
  • fármacos colinérgicos (ex: pilocarpina) - estimulantes da secreção salivar;
  • chicletes com xilitol - aumentam a saliva e diminuem as cáries;
  • beber muita água;
  • substitutos salivares que contenham carboximetilcelulose, hidroxietilcelulose ou glicerina;
  • uso de vaselina nos lábios e mucosas se necessário para melhor conforto do uso de próteses dentárias;
  • higiene oral meticulosa;
  • consultas regulares e com mais frequência com o seu médico dentista;
  • deve ser evitado o consumo de tabaco e de álcool;
  • preferir alimentos com alto teor de água como frutas e legumes, pois proporcionam uma melhor hidratação;
  • uso de colutórios com flúor, especialmente antes de deitar;

 

Em caso de dúvida, marque uma consulta com o seu Médico Dentista.